Antes desassociado, agora obsidiado. Despertei eficiente em me ferir, pois não me recordo de outra linguagem útil. Dedilho por longas horas os gumes dos fios. Que dor somatizo! Decoro a canção. Corro na estrada. Canto a canção e corro. Que prazer o vento talha no meu rosto! Que charme rústico pronto para ser consumido! Corro e não chego ao destino, logo serei atingido...
Em casa retiro os óculos e ponho na mesa. Esfrego os olhos e desligo a luz. Ao pé da cama os chinelos brancos. O sépia se espalha. O monitor tremeluz. Ao trabalho, ao trabalho! Mas ignoro a voz da sensatez e cavo fundo. Encontro lama e piche e fossilizo. Meus versos estromatólitos. Eu meteorito. Pedra quente em estado de queda contínua.
Tudo gira nesse lado do Rio. Achei que uma semana seria o bastante para manter aquele desejo. Tenho que me esgueirar. Tenho que traficar meus verbos em parábolas. Não me ilumino, mas estou branco, mais alvo do que a neve. A cor triunfal do morte me amortalha os sentidos e me sobe um gosto completo de vazio. Quem sabe, nesse agora ignorado, eu já tenha encontrado contigo?
Spending warm summer days indoors
Writing frightening verse
To a buck-toothed girl in Luxembourg
Writing frightening verse
To a buck-toothed girl in Luxembourg
Janice Whaley - Ask
2 comentários:
Se nos perdemos temos que saber como nos encontrar.
Abraço amigo.
Juvenal Nunes
Receio ter me encontrado demais.
Abraço, Juvenal.
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