É quase 19h. Faz tempo que tô chutando latinha. Preciso ligar pra minha tia, avisar que vamos lá na sexta. Mas algo me impede. Tento abrir a boca pra dizer qualquer palavra, e nada. Um simples áudio me deixa bolado. Digo: "vamos aí na sexta!" ou digo:"podemos passar aí na sexta?
Tento algumas vezes, até me conformar com um. Envio. Vejo as redes. Por acaso mudo a foto do perfil. Rápido vem alguém e comenta na foto: "a cara do psicopata!". É impressionante como esses amigos antigos podem resumir a tua pessoa numa simples sentença. Na escola, por um tempo fui chamado de: "O Demônio", assim mesmo com o artigo definido em caixa alta.
E fico com esses nós. O que me põe nesse lugar de esquisitice é justamente o que me envaidece de orgulho. O que será que me entrega? Talvez o olhar. Não parece natural. Talvez as coisas que acho belas. Nos tempos de soldado eu tava passando por uma fase gótica, muito Siouxsie and the Banshees, Sisters of Mercy, Cure, muita noite pondo o cachorro quente todo pra fora no Garage. Deve ser isso. O meu eu psicopata ficou nesse recorte e pra esses amigos ainda sou o mesmo de 2006. Lá eu queria ser o Lou Reed, mas tava virando o Júpiter Maçã no Matador de Passarinho.
I feel fine and I feel good
I'm feeling like I never should
Whenever I get this way, I just don't know what to say
Why can't we be ourselves, like we were yesterday?
I'm feeling like I never should
Whenever I get this way, I just don't know what to say
Why can't we be ourselves, like we were yesterday?
Nenhum comentário:
Postar um comentário