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19/01/2020 |
Atravessamos o Rio de Janeiro hoje. Dia cinza, cinza. Combina não. Lembrei do tempo da covid, e como trabalhar numa veterinária me tirou do sufoco, era um trabalho essencial. Morria um tanto de gente e o imbecil do presidente debochava, dizia que não era coveiro — maldito! Olha, nunca tive tanta vontade de perder o réu primário como naqueles dias – não mencionarei seu nome, palhaço oitentista de merda.
Trem vazio, beleza. Essa é uma foto da época. Encontrei os velhos ambulantes. Ainda os mesmos em cada estação. Passei pelo Jacaré, o perfume de flor carburada ainda persiste por lá. Não sei porque empaquei no Blue Mitchell nessa semana. Até que caiu bem o jazz nesse agosto gris da Central...
Não me encanta tanto a Guanabara. Nem foto tiro. Olho para os prédios. Descemos depois do túnel. Botafogo. Bato uma foto do museu. Usar o verbo bater para tirar uma foto, talvez, soe cringe. Que seja. No caminho senti que um anjo falava comigo. Confundia-se sentir com ouvir. Mas, em minha condição, só me era permitido responder em prosa. Em prosa escrita e sincera.
Blue Mitchell - Dorado
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