Você pensa que os tem, mas quem nos tem são eles.
Tem-me a Lua. Essa gata cheia de nãometoques foi acolhida em nossa casa com seu irmão, o finado Pacato, e com sua mãe, Bolacha. Servíamos de lar temporário até que, por apego deliberado, passamos a lar infinito. Desde então ela nos tem.
Aqui me intriga o fato de que minha mãe sempre tratou bem seus gatos, por mãe entenda-se "narcisista psicótica que faz um ótimo bobó de camarão". Penso agora que há um paralelismo entre minha genitora e o Bigodinho Alemão: esse amor por animais. Não se assuste, nem me imponha o julgamento desnaturado, desumano, ingrato aos pais, veja que só falei de minha mãe, não do meu pai, e o fato de ter me parido não a isenta das atrocidades que cometeu, além de me parir. Mais tarde abrirei esse leque.
Perdi a conta de quantas vezes pertenci a um gato, aliás, cheguei a ser de cinco ao mesmo tempo. Era uma felicidade elevada à quinta.
Pensei em trocar o título para Ser de um gato, mas a beleza da conversão do assunto talvez perdesse o punch.
9 comentários:
Acho que não há ingratidão alguma em perceber nossos genitores em suas humanidades. Acho saudável, na real. Nos ajuda a aceitar as nossas também.
E ó, Lua pediu pra ser fofa lá no vale do eco. :)
Mas tem cada humanidade sinistra...
15 anos me enchendo o saco.
Boto fé...
O meu tem dezanove anos e...literalmente, manda em mim!
Bem, não tenho o que reclamar, enquanto ofereço os meios para ela existir, ela me oferece o ar de sua graça, massagens de vez em quando.
E 19? Tanto amor por tanto tempo.
Gato belo. Texto mediano.
Parabéns.
Você me ama, né? <3
:) ponha fé
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