domingo, 13 de julho de 2025

Chegou o Cruz e Sousa




Domingo. Para digestão do almoço, nada melhor que um livro velho-novo. Não fosse minha falta de apetite recorrente. Ei-lo! Edição de uns 45 anos. Desci um pouco do meu altar deprê para revisitar o maior simbolista da língua portuguesa! Também o mais sofrido, grande não só por isso, mas também por isso, não sejamos bocós. Coisa óbvia é que "ostra que não sofre, não faz pérola", como já disse um velho por ali, não me lembro em que meme. Mas no caso do Cruz, isso foi levado ao extremo, o destino quis mesmo assinalar o estigma, assim mesmo, bem redundante. Fico emaranhado de cismas, sabe. É tanta coisa para ler, em paralelo tem também os blogs, os blogs! Eu e essa minha mania de querer adivinhar alguém pelos seus textos. E se for IA? Adivinharei no vazio? Não creio que IAs podem compor poemas como o Cruz, que morte ou que dor versariam? O blackout? A indentação? O erro 404? IAs podem fazer poemas, mas poesia... será? Também que sei eu sobre a maldita poesia?
Teve poesia na morte do Cruz. A mesma morte que levou de fome os filhos, de tubérculose a mulher, essa morte mais classuda, de mão áspera, exalando brutalidade.
Então voltei à adolescência e leio um poeta preferido. Apaixono-me pela menina mais bonita, e mais experiente, faço-lhe decassílabos e vou dormir sonhando. Não venha a morte me encher!

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