sexta-feira, 11 de julho de 2025

Ter um gato

 

 
Você pensa que os tem, mas quem nos tem são eles. 
Tem-me a Lua. Essa gata cheia de nãometoques foi acolhida em nossa casa com seu irmão, o finado Pacato, e com sua mãe, Bolacha. Servíamos de lar temporário até que, por apego deliberado, passamos a lar infinito. Desde então ela nos tem.
Aqui me intriga o fato de que minha mãe sempre tratou bem seus gatos, por mãe entenda-se "narcisista psicótica que faz um ótimo bobó de camarão". Penso agora que há um paralelismo entre minha genitora e o Bigodinho Alemão: esse amor por animais. Não se assuste, nem me imponha o julgamento desnaturado, desumano, ingrato aos pais, veja que só falei de minha mãe, não do meu pai, e o fato de ter me parido não a isenta das atrocidades que cometeu, além de me parir. Mais tarde abrirei esse leque.
Perdi a conta de quantas vezes pertenci a um gato, aliás, cheguei a ser de cinco ao mesmo tempo. Era uma felicidade elevada à quinta.
Pensei em trocar o título para Ser de um gato, mas a beleza da conversão do assunto talvez perdesse o punch

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